Bebê encontrado morto no rio

Gilbert Correa

• A onda de abandonos e assassinatos de bebês pelo Brasil chegou ontem à Baixada Fluminense, onde uma criança recém-nascida foi encontrada morta dentro de um rio no bairro São Roque, no município de Queimados. A cena chocou os moradores da região e até mesmo experientes policiais militares que foram acionados para o local.

Segundo informações, o pequeno corpo de menino, que teria oito meses de gestação, estava dentro de um saco plástico que boiava no Rio Abel, no trecho que passa perto da Rua Álvaro Soares, e foi avistado por duas crianças que procuravam lixo reciclável. Eles pensaram se tratar de uma boneca, mas quando abriram o saco perceberam que se tratava de um bebê. Apavorados, chamaram os moradores da área.

Policiais do 24º BPM (Queimados) foram acionados para o local e preservaram a cena do crime até que inspetores da 55ª DP e peritos do ICCE chegassem para as investigações preliminares. A polícia acredita que o corpo tenha sido levado até aquela região pela correnteza.

REVOLTA E EMOÇÃO
• O fato causou muita revolta na população local, especialmente mulheres que já são mães. A dona-de-casa Lêda Brites, de 47 anos, que tem três filhos e um casal de netos, achou muita maldade o que fizeram com o bebê. “Criei meus filhos sem marido e, apesar da dificuldades, jamais pensei em fazer uma atrocidade dessas”, comentou ela.

Érica Cristina Lomeu, 25, que tem dois filhos pequenos, um deles de 4 meses, afirmou que quem fez isso merece um castigo muito grande “Quem fez isso merece ser condenada à prisão perpétua”, argumentou. Já Cássia da Silva Vieira, 20, mãe de duas crianças e com dois meses de gravidez, se emocionou. “Uma mãe que faz isso é um monstro. Minha sogra foi ver e chegou em casa chorando. É muita maldade”.

Morre menina jogada no rio pela mãe
• Minas Gerais - O bebê encontrado boiando no Rio Arrudas, em Contagem (MG), no último domingo, morreu no final da noite de quinta-feira. A menina, batizada de Michele pela equipe médica, havia sido encontrada boiando junto a pedras no rio, dentro de uma sacola. Ela foi levada para a Maternidade Municipal de Contagem, mas no dia seguinte entrou em coma.
Segundo a Polícia Civil de Minas, Elisabete Cordeiro dos Santos, 25, deu à luz na madrugada de domingo, colocou a criança em uma sacola e a jogou no rio, de uma janela.

Na segunda-feira (1º), a mãe do bebê foi autuada em flagrante por tentativa de homicídio, agora homicídio de fato. Na terça, o servente de pedreiro Adenilson Pereira da Silva, 29, pai da recém-nascida, disse que não sabia da gravidez e afirmou querer a guarda da filha.

Atrocidades chocaram a Baixada em 2006
• Fatos como este já chocaram os moradores da Baixada Fluminense várias vezes. Somente no ano passado, três casos emocionaram e revoltaram os cidadãos da região, diante de cenas fortes, mas que fazem parte do cotidiano.

Na manhã de 31 de julho, policiais do 20º BPM (Mesquita) foram acionados para a antiga Rio-São Paulo, altura do Km-32, em Nova Iguaçu, onde moradores encontraram um feto na beira da estrada. O corpo estava dentro de um saco plástico azul, deixado perto de um centro comunitário.

Policiais do 39º BPM também foram acionados para o bairro Lote XV, em Belford Roxo, onde fora encontrado um pequeno corpo que estava enterrado perto de um campo de futebol. A criança teria sido ‘sepultada’ numa caixa de sapatos pela própria mãe, que teve aborto espontâneo, com a ajuda de seu companheiro.

O caso que foi considerado mais chocante e trágico aconteceu no bairro Cerâmica, em Nova Iguaçu, no dia 7 de fevereiro, quando o corpo de um recém-nascido foi abandonado no meio da Rua Manoel Cavalcanti, próximo ao Colégio Cema. A diretora da escola contou, na ocasião, que chegou a ouvir um gemido que saiu de um saco plástico que foi atropelado por um carro que passou no local. Quando foi conferir, tratava-se de uma criança que teve a cabeça degolada pelo automóvel.

Jornal Hora H
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