Por Serra, PT e PSDB quase se enfrentam na Amando

Uma batalha de gigantes eleitorais se travou na rua Amando de Barros, no trecho entre a Praça do Paratodos e a rua Moraes Barros, sede do PSDB e Comitê Central do candidato João Cury, nesta terça-feira, 23.

A campanha de Cury aguardava o governador José Serra, que veio à Botucatu, para ajudar na campanha tucana. Serra faz esforço eleitoral em todas as cidades onde o partido lidera ou está em segundo lugar.

Por volta do meio dia, horário combinado para a chegada do Governador, o palmeirente do PSDB, um palmeirense adversário, o prefeito Mário Ielo [PT] e o prefeito Flávio Silva, [PSB], esperavam o governador em meio à manifestação de tucanos e comunistas.

Entre as bandeiras do PSDB que ocupavam a Praça do Paratodos, o carro oficial do município, com o prefeito Mário Ielo, Lelo Pagani, líder do prefeito no Legislativo e Flavio Silva, chegaram a certo ponto, constranger no ponto certo, o alto clero comuna-social-democrata que aguardava o governador.

Depois de um atraso de quase duas horas, chega o governador, "venho como militante do PSDB pedir votos para essa jovem liderança botucatuense, João Cury", avisa logo de início o status de sua visita.

Segundo um dirigente da campanha tucana, quando estabelecida a análise de que o prefeito petista queria tirar dividendos eleitorais, com um pedido de não instalação do pedágio, o inimáginável encontro em situação de calor eleitoral, de fato não aconteceu, mas o prefeito Ielo pouco foi visto na Amando de Barros, nos últimos meses, como nesta terça. Do meio dia até quase uma e meia no Paratodos, logo em seguida no Pessin e depois em frente à Magazine Luiza.

Ielo é bem verdade, sequer conseguiu apertar a mão do colega de executivo e palmeirense. José Serra, desviado foi, por seus assessores e por uma eficientíssima segurança pessoal, para a direção do candidato à prefeito João Cury e Antonio Caldas, candidato a vice, logo ao chegar.

O governador entrou com João Cury e Caldas, mais alguns candidatos a prefeito e vereadores da região, na Panificadora Pessin. Poucos jornalistas entraram, assim como Mário Ielo ficou do lado de fora junto com animados tucanos que gritavam palavras de ordem a favor de Serra Presidente e João Cury Prefeito.

É bem verdade que o prefeito Mário Ielo correu risco de sofrer qualquer tipo de agressão, o que não aconteceu em nenhum momento.

O comando da campanha petista decidiu, logo pela manhã, ocupar todas as calçadas da Amando de Barros. Quanto mais o meio-dia se aproximava, mais aumentavam as bandeiras de João Cury e de Pinho.

Depois das bandeiras, o PT de Pinho decidiu estragar a festa do candidato João Cury, do PSDB, com algumas faixas "Serra: Pedágio Não!"

As faixas foram perdendo aos poucos a vergonha de encarar a praça do Paratodos, totalmente ocupada pelas bandeiras dos Tucanos e obviamente pelo carro oficial do prefeito Mário Ielo, que aguentou firme à olhares descrédulos com a 'provocação'.

Os reporteres que cobriam o evento eram a todo instante questionados sobre a presença do prefeito, na manifestação do PSDB. "Ele já aderiu ao João?", disse com ironia uma veterana de campanha do clã Cury.

Um comunista emenda com uma racionalidade absurda: "Já pensou se ele anuncia que não vai instalar o pedágio".

Serra sai da Pessin e vai à "Incensatez", loja de roupa íntima. Leva João Cury pelos braços. Depois de distribuirem beijos às moças do atendimento, entram na Formiguinha. Lá os clientes mordendo as coxinhas, temperadas com beijos do 'simpatico' governador palmeirense.

A entrevista que seria no comitê eleitoral de João Cury, aconteceu graças à presença da equipe da sucursal da TV TEM de Botucatu, em plena Amando. O governador agora fala até sobre o pedágio, mas inclui pauta: 'não se esqueça que quero falar sobre investimentos no Hospital das Clínicas'.

O prestígio da emissora de J. Hawilla, outro palmeirense que está ajudando a melhorar a qualidade do time e a administração do velho 'piriquito porco', é tamanha que a assessora de imprensa viu a 'logo' da emissora e saiu correndo atrás do reporter e do cinegrafista. "Quer gravar agora?" Assim gravaram todos, que antes tiveram rejeitados os pedidos por entrevistas.

O governador em campanha contou que vai investir ainda neste ano R$ 8,5 milhões na construção de um Hospital Secundário, na região do Cantídio/Fatec/Embraer.

Falou de investimentos em ampliações na Fatec e sobre o pedágio foi objetivo: 'Fui informado da dimensão do problema e vamos apresentar uma solução".

Serra estava à vontade. Ele proprio pediu para os militantes tucanos e comunistas parassem de gritar e a entrevista acontecesse. Ao encerrar a entrevista o povo gritou : "Brasil urgente, Serra Presidente!".

Serra entrou em quase todas as lojas e beijou todos os rostos que apareceram pela frente. Parou de pedir votos para o sãopaulino João Cury, para conversar com um jornalista sobre o Palmeiras.

Enquanto isso, 50 metros a frente, de novo o insistente prefeito Mário Ielo e sua missão de conversar com o governador sobre o pedágio. De novo acompanhado pelo lider Lelo Pagani e alguns cabos eleitorais do PT, que queriam a todo momento mostrar ao governador a faixa "Serra: Pedágio Não!".

O primeiro confronto entre a faixa contra o pedágio e as bandeiras de João Cury, foi em frente à loja de calcinhas. Depois em frente à Maphuz onde teve empurra-empurra e início de confusão. Era uma faixa contra mais de 10 bandeiras, mobilizada por um dos irmãos do candidato tucano.

O mais exaltado entre os petistas era um dos irmãos do secretário Nivaldo Ceará. Ele chegou a assumir o papel de encarar o governador com a faixa. Foi também cauteloso e impediu que outros partissem para agressões.

Ielo e Lelo de braços cruzados em frente ao Magazine Luiza e o governador José Serra e João Cury subindo a Amando. "O prefeito está na esquina logo em frente", informa um PM da segurança do governador a uma assessora, que orienta: "Quando estiver próximo, me avisa que atravessaremos de calçada para evitar confusão".

Assim foi feito e Mário Ielo fica amargando o encontro na esquina, A tática de constranger é entendida como correta pelos petistas que não empunhavam bandeiras e também acompanharam a campanha de João Cury com Serra.

Era esperada uma manifestação de policiais civis, que não aconteceu. Fontes na PM não confirmam, mas houve reforço no plantão, para a necessidade de uma eventual operação de proteção ao governador, caso houvesse a manifestação de forma radical. Apenas um policial civil estava no alto de um hotel, filmando a passeata tucana com José Serra.

O governador antes de embarcar no carro que o levaria até o aeroporto, deixou escapar à João Cury, quando já estavam sentados no banco traseiro do veiculo: "João achei sensacional a sua recepção..."

Faltando 15 dias para sabermos quem será o novo prefeito de Botucatu, percebe-se um acaloramento de ânimos entre o PT de Pinho e o PSDB de João Cury. Todos os carros de campanha de João Cury e Pinho, passaram pela Amando durante a visita do governador. Nesse mesmo período não passou nenhum veiculo de campanha de Lourival Panhozzi [DEM] e Milton Bosco [PV].
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:: DIA LIVRE
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O conflito eleitoral desta 'terça quente' foi tamanho que até o prefeito Mário Ielo suspendeu o dia administrativo, como seu colega de executivo estadual, para fazer campanha e de peso pesado: Serra no lado verde de João Cury e Ielo no lado verde de Pinho.

Nesta quarta-feira o PT promete o troco. Arlindo Chinaglia, presidente da Câmara dos Deputados estará em Botucatu, fazendo campanha para seus colegas de medicina Joel Spadaro, cardiologista e candidato a vice e em especial o colega especialização na Saúde Pública, Valdemar Pereira de Pinho, candidato a prefeito.
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