'Eu vi o vô desses Lobisomens...'

Esses Lobisomens que estão sendo mantidos, vivo e o outro morto-congelado, no Hospital Veterinário da Faculdade de Veterinária tem um fundo de verdade. Eu mesmo acho que já vi um lobisomem ali pelos antigos campos de capim gordura do Lageado, na região do tunel de Botucatu.

Era um dia chuvoso e no entardecer já dava para ver a lua cheia nascendo lá pertinho de Conchas. Ela queria ser prateada, mas era vermelha pela secura do clima de longa estiagem, onde até o capim gordura vinha vermelho de terra. Eram tempos secos de luas cheias.

Meu pai usava uma foice que abria um longo espaço de capim gordura, que eu juntava com uma foice e colocava em cima de uma carroça. A tropa de cabritos e cavalos de meu pai tinha de ter um reforço às rações que comiam durante o dia.

Ia escurecendo e a fina chuva aumentando, quando de uma hora para outra fechou o tempo, restando a nós carpidores de capim gordura, nos esconder embaixo de uma lona de plastico que não diminuia a dor da pancada da chuva de pedra.

Dava uns raios que escureciam a vista, quando num relance ao reagir a um raio e forte trovão, o olhar viu a alguns metros, um ser enorme, que nem parecia lobo nem homem, mas estava assustado com os raios que pareciam desnortea-lo. Eu acho que por ele estar 'desnorteado', completamente assustado e sem noção, por conta dos raios e trovões, meu pai e eu, não fomos atacados pelo lobisomem.

Ele olhou para a egua na carroça, nós alguns metros a frente enrolados em uma lona de plastico, completamente sem entender o que estavamos vendo. Ele bufava em frente à egua que assustada queria arrastar a carroça com a roda travada 'no breque'.

Quando meu pai passou a mão no facão e gritou, o bicho olhou para o nosso lado, deu uma rosnada, balançou a cabeça e saiu correndo em direção à Fazenda Edgardia. Corria mais de medo de trovão do que do facão de meu pai, que disse ser um lobo velho. Contou em casa, para minha mãe que haviamos sido atacados por um lobo. Eu tenho certeza que era lobisomem, mas vai discutir com meu pai...

Uns dois dias depois, fomos com a perua Rural, na região da Edgardia, quando o assunto do dia era um lobisomem que tinha comido uns carneiros e cabritos de uma fazenda lá pelos lados da cachoeira, no pé da serra. O lobisomem atacou a cocheira dos caprinos e ovinos e também o galinheiro. Deliciou-se com mais de cem galinhas que comeu viva, assim como comeu crú todos os ovos. Dizem que andou até raspando o cocô do galinheiro...

Meu pai dizia que não dava para acreditar em lobisomem, alem de filme de tevê, e portanto o que comeu as galinhas era lobo, mas tenho certeza, todo mundo sabia que era lobisomem...

Diante disso que a Faculdade de Veterinária da Unesp abra a camara fria e libere o cadaver do lobisomem abatido na região do Faxinal e divulgue todas as informações que apurou com o ser clandestinamente escondido a interesse de quem?

Cuidado com o lobisomem, voce so sobrevive a um contato imediato com esses seres, em dias de chuva, quando, como nossos cães ficam correndo de um lado para o outro e latindo. Ou ainda como em dias de final de campeonatos, quando os rojões queimam milhares de reais investidos em barulhos de explosões no céu.

Só se sobrevive em dias de chuva e de final de campeonato, semelhante a um que tenha o Corinthians de um dos lados. Acho até que os lobisomens torcem sempre para times como juventus e portuguesa, que nunca ganham campeonatos.

Por isso se for fazer caminhadas na serra de Botucatu, leve um rojão daqueles que tem 8 explosões. Se tiver o azar de encontrar um lobisomem, voce tem 8 barulhos para correr do bicho. Se puder levar dois jogos de rojões, é bom, caso contrário, não dispense a haste do explosivo, quem sabe o Lobisomem não ache que voce tem outro rojão preparado... com certeza ele foge...

Se usar revolver, não se esqueça que se mata lobisomem apenas com balas de prata. Não se esqueça de municiar corretamente sua arma.

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