Nova politica industrial do Brasil

O setor produtivo de Botucatu ainda está buscando detalhamento do “Plano Brasil Maior”, lançado na terça-feira, 2, pela presidente Dilma Rousseff.

O governo pretende estimular o setores de confecções, calçados, móveis e softwares, que vivem sob forte pressão dos fabricantes asiáticos. Será cobrada uma contribuição reduzida sobre o faturamento com alíquota de 1,5% para confecções, calçados e artefatos e móveis, e de 2,5%, para softwares.

O diretor regional do CIESP Moacir Fernandes Filho observou que a desoneração de alguns tributos e as folhas de pagamentos ajudarão os setores pressionados pelos asiáticos, mas ressaltou que a indústria brasileira está precisando de mais estabilidade no cambio.
“As medidas são aparentemente boas, mas conversando com os empresários da região, eles dizem que o ponto crucial, e o governo ainda não encontrou uma solução, é a questão macroeconômica, controlar o dólar. Se mexessem no cambio e juros os benefícios seriam maiores”, disse.

O economista Paulo André, professor da Fatec de Botucatu, entende que a desoneração no setor de confecção é excelente para as cooperativas e empresas como a Botucatu Têxtil e Blue Denin, mas considera que as exportadores como Embraer, Duratex e Anidro não terão muitas vantagens.

“Essas empresas que são fortes em exportação não terão muitas vantagens já que importam boa parte de suas matérias primas e só terão devoluções de até 3% em tributos”.

PREVIDÊNCIA
O ministro do Desenvolvimento e Indústria ressaltou na abertura do evento, no Palácio do Planalto, que as medidas por parte do governo visam desonerar os custos de produção no Brasil, sem prejudicar a Previdência social.

“Chegamos a um entendimento que possibilitou a apresentação de um conjunto de medidas inédito, a começar pela desoneração da folha de pagamento, feita com responsabilidade fiscal porque não haverá perdas para a Previdência, mas ao mesmo tempo dando fôlego ao setor empresarial”

A medida provisória garante que o Tesouro Nacional arcará com a diferença para cobrir eventual perda de arrecadação da Previdência Social, no total serão R$ 20 bilhões.

INDUSTRIA DE CONFECÇÃO DE BOTUCATU
Os executivos da Blue Denin e Botucatu Têxtil ainda não avaliaram o completo impacto sobre a produção em Botucatu mas comemoraram.

“A desoneração da folha de pagamento com certeza ajudará e muito a nossa consolidação no mercado, mas a empresa ainda não avaliou o completo impacto com as medidas desta terça-feira”, disse César Montanha, gerente da Blue Denin.

Atarefado com os ajustes da recuperação judicial da Botucatu Têxtil (antiga Staroup) o administrador judicial Ronaldo Tecchio informou que iria se manifestar nesta quarta-feira sobre o assunto. A direção da cooperativa Cooperblue não foi localizada para opinar.

TECNOLOGIA
“No setor tecnológico o plano de instalação do Pólo Tecnológico de Botucatu poderá ganhar fôlego extra”, observou o economista Paulo André.

O governo vai expandir atividades científicas e tecnológicas de inovação da indústria com a implantação de uma rede de laboratórios no país.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Indústria, o ‘Plano Brasil Maior’ contempla ainda um pedido antigo do setor produtivo ao prever a devolução imediata de créditos de PIS-Cofins sobre bens de capital – o prazo já havia sido reduzido de 48 meses para 24 meses e, posteriormente, para os atuais 12 meses.

É previsto o processamento automático dos pedidos de ressarcimento e o pagamento em 60 dias para empresas com escrituração fiscal digital a partir de outubro deste ano. A partir de março de 2012, a escrituração digital será obrigatória.

Ainda na área de desonerações, estão previstos o atendimento mais ágeis dos pedidos de ressarcimento no valor de R$ 19 bilhões e a extensão, por mais 12 meses, da redução de IPI sobre bens de capital, material de construção, caminhões e veículos comerciais leves.

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